Em março, falamos aqui que a pandemia havia aumentado o sedentarismo no Brasil, que nos últimos anos já vinha ocupando uma posição no ranking dos países mais sedentários do mundo. Um estudo publicado pela revista The Lancet revelou que a luta contra o sedentarismo entre os jovens estagnou em todo o mundo.
Esta informação acende um alerta já que a falta de atividades físicas é responsável por muitas doenças e condições que agravam a saúde, como por exemplo doenças cardiovasculares, aumento do risco de diabetes tipo 2, acúmulo de gordura abdominal e no interior das artérias, obesidade, apneia do sono, entre outros. Em nível global, estes problemas decorrentes do sedentarismo já são responsáveis por mais de cinco milhões de mortes por ano.
Os dois primeiros estudos divulgados pela The Lancet foram feitos com jovens de até 24 anos e com pessoas com algum tipo de deficiência. Segundo a publicação, o número de adolescentes que praticam atividade física está estagnado desde 2012 e 80% dos jovens não seguem a recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) de fazer, pelo menos, uma hora de exercícios por dia. 25% dos jovens passam mais de três horas por dia sentados depois de assistirem às aulas e fazerem a lição de casa.
Já sobre as pessoas com alguma deficiência, os pesquisadores determinaram que as chances de estas pessoas não seguirem as recomendações de atividade física diária são entre 16% e 62% maiores. “Precisamos de mais estudos centrados em pessoas com deficiências, assim como políticas concretas e coesivas para assegurar que os direitos destas pessoas se mantenham e que se permita a elas participar de atividades físicas”, diz em nota Kathleen Martin Ginis, da Universidade da Colúmbia Britânica (Canadá) e uma das autoras.
Vale ressaltar que os públicos foram escolhidos pelo fato de os jovens terem um triplo benefício gerado pelos exercícios físicos: ter uma melhor saúde hoje, no futuro e na geração seguinte. Já as pessoas portadoras de deficiência enfrentam maior risco de sofrer problemas cardíacos, diabetes ou obesidade, por isso fazer atividade física é uma forma simples de se proteger.
Segundo o professor de Atividade Física da Universidade de Sevilha (Espanha), Jesús del Pozo, esta estagnação pode estar diretamente ligada à digitalização dos últimos anos. “Basicamente vivemos uma revolução tecnológica na qual intensificamos o uso de telas, e isso implica que estamos intensificando o nível de sedentarismo”, diz.
O trabalho também lamenta que os grandes eventos esportivos não sejam usados pelos países organizadores para promover a prática esportiva por parte da população. Com exceção dos Jogos Olímpicos em Pequim e os de Inverno em Nagano, em nenhum país organizador a participação popular em atividades esportivas cresceu. “Os grandes eventos fazem as pessoas se interessarem por exercício, mas alguns podem achar que esse esporte está acima das suas capacidades ou das suas habilidades, por isso temos que oferecer programas para pessoas de todas as idades e níveis de atividade”, propõe Adrian Bauman, pesquisador da Universidade de Sydney (Austrália) e um dos autores desse trabalho.
Importante lembrar que fazer exercício físico ou praticar algum esporte traz benefícios enormes para a saúde física e mental. Portanto, se você faz parte deste grupo que é responsável pela estagnação do sedentarismo entre os jovens, que tal começar a mudar os seus hábitos agora mesmo?
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